quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Voltei...

... Para dizer que indie rock de cu é rola!

Isso aqui é rock and roll, porra!

E tenho dito.










Sabe o que me irrita? Neguinho ouve indie rock e classifica essa joça como um estilo sedimentado, quando na verdade indie quer dizer - ou pelo menos deveria significar - "independent". Mas não... Resolveram categorizar até a porra da suposta independência.



Ok, essa é, enquanto "coisa", apenas uma das milhares de "coisas" que me irritam. E não é sobre a "coisa" em si que eu estou falando, mas sobre o que vem por trás dela. Hum... Com o modelito desse povo indie, eu não me assustaria se descobrisse que o que vem por trás é um negão bem fornido. Piadas à parte, esse tipinho "stylish dorme-sujo" me irrita profundamente. Por que tudo que é supostamente indie tem que ter a mesma cara? Cadê a independência?

Sabe o que é? Eu não reconheço mais a ferocidade do hendrix em porra nenhuma. Não vou discutir preciosismos do tipo "essas musiquinhas de três acordes blablabla..." ou "esses solinhos pentatônicos básicos blablabla...". Sex pistols é do caralho e ninguém tocava direito naquela porra. Falta ímpeto nesse povinho, essa é a verdade. Ou vocês acham que do meio desse bando de adolescentes com olheiras de depressão voluntária e estilística pode sair um cara com a ousadia de um Zappa? Ou com a genialidade do Page? Impossível.

A independência ganhou rótulos, ganhou preço e está atrelada a calças justas nas canelas e enfiadas na bunda.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Como acabar com "um papo cabeça".

Estava no boteco com um amigo meu. Mesa de lata, cerveja ruim e papo profundo.

- (...) Cara o dever e o querer devem sempre estar em equilíbrio. Se bem que as duas coisas são meio relativas... Por exemplo, qual a coisa que você mais gosta no mundo?
- A coisa que eu mais gosto?
- É, a coisa que você mais gosta...
- Ah, do óbvio?
- DO ÓBVIO??
- É. Só que sem tanto pêlo...


Mudamos de assunto.

"Momento Cojones"















Era mais divertido...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Torcicolo Highlander

No Domingo da semana passada, (12/10), o distinto galalau que vos escreve resolveu encontrar alguns amigos no odoborogodó. Foi bem divertido, como sempre. Só que eu bebi um pouco além da conta e voltei pra casa com uma dor de cabeça madrasta. Chegando na Maison Pieratti, a primeira coisa que fiz foi subir numa cadeira para procurar um analgésico no armário de remédios. Eis, então, que o destino resolve ser irônico e potencializar o motivo pelo qual eu estava procurando o tal lenitivo: caí da merda da cadeira. Levantei e travei. "Tudo bem, é só um torcicolozinho", pensei.

Segunda-feira, nove da manhã, levantei incomodado com a dor no pescoço. Não dei muita bola; achei que em no máximo dois dias eu estaria novo em folha. Terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, enfim, os dias foram passando e a dor piorando. Na sexta-feira eu parecia o Robocop. Virar o pescoço? Impossível. Só rolava olhar para o lado "com o corpo inteiro"... Qualquer reflexo masculino normal ante a uma bela bunda tinha que ser controlado, para que eu não passasse vergonha.

No domingo eu já estava hurrando de dor, mas ainda me recusava a ir ao médico. Passei o dia lutando para encontrar uma posição confortável no sofá, mas não; qualquer movimentozinho era um atentado contra a minha dor, que respondia com violência a cada espirro. Coisa horrível. Bom, não preciso dizer que minha mãe me agulhou inteiro, né? Ela é acupunturista, além de excelente psicóloga, natureba e macumbeira. Juro, eu parecia o Hellraser. Tinha agulha enfiada até na cabeça.



Dormi muito mal. Acordei umas cinco ou seis vezes durante a madrugada. Seis e meia da manhã eu já estava totalmente desperto, maldizendo o dia, a noite, o meu pescoço e o fabricante do Scaflam, que já não fazia mais nenhum efeito.

- Bom dia, Fê - Disse a Vani, a moça que trabalha em casa.
- Bom?

Ela, então, percebeu meu péssimo humor e não falou mais comigo. Sentei-me para tomar café resmungando e esconjurando os nervos do meu pescoço. Minha mãe entrou na cozinha com aquele bom-humor matutino insuportável, já me empregando aquele beijo materno na cabeça, que foi retribuido com meia dúzia de impropérios:

- Que que é? Tá querendo me matar de dor? Porra... Meu pescoço!
- Nossa, que mau-humor... Tinha esquecido! A propósito, bom dia!
- Bom dia é o sacrossanto...
-... Olha a boca...

Fiquei quieto e dei um belo gole no meu café. Acendi um cigarro e comecei a andar de um lado para o outro. A dor estava no limite do insuportável, quando resolvi ir até a farmácia para tomar uma injeção.

- Seu Jorge, tô travado. Pelamordedeus faz alguma coisa!
- Bom, o que resolve mesmo é Dexa-Citoneurin. É injeção. (ele sabe que eu odeio injeções)
- Bora tomar esse negócio - eu respondi.
- Mas tem que ser na bunda, tá?
- No estado que eu tô, seu jorge, ela é toda sua.
- Hahahahahahah!

Tomei o raio da injeção. O efeito? Até as três da tarde não senti nenhum. Deu meio dia e eu falei pra minha mãe pra, pelo amor de tudo o que há de mais sagrado entre o céu e o firmamento, me levar pro hospital. Fomos pro Einstein. O atendimento foi rápido. Tive a sorte de não pegar nenhum moleque quebrado da aula de Educação Física na minha frente.

Minha mãe entrou na sala comigo. O médico me examinou, mandou eu fazer umas radiografias e voltar lá. Fiz o negócio, voltei e ele desembestou a falar...

- Com o que você trabalha, Fernando.
- Sou publicitário.
- Hum... Profissão estressante!
- Não tanto quanto a sua, que implica em atender publicitários estressados e com torcicolo, crianças hiperativas que voam do gira-gira...
- Hehehe...
- Doutor, tá insuportável. Desde domingo da semana passada eu tô com esse troço me incomodando.
- Olha aqui - disse ele apontando pra radiografia - não é nada ósseo. Você está com o pescoço totalmente reto e tensionado por uma questão muscular.
- E...
- Acupuntura.

Nesse momento eu olhei para a minha mãe, que sorria como uma criança que tirou a nota mais alta da sala, e disse:

- Ganhou o dia, não é?
- Por que? - disse o médico.
- Porque ela é acupunturista, natureba e consumidora voraz das bolinhas de açucar antroposóficas da Weleda.
- Pois é, Fernando. Tem que fazer acupuntura ou umas horinhas de fisioterapia.
- Não tem como você me dar um remédio, daqueles bem fortes, que zoam o fígado de tão eficientes?
- Humm... Não!
- Entendo, entendo...
- É, filho, tá vendo como a mamãe tem razão de vez em quando?
- (...)

Saí de lá puto por dois motivos: o médico, além de ter me enfiado uma daquelas pescoceiras e receitado um troço que implicava em se ter tempo, disposição e nenhum medo de agulhas, ficou de papo com a minha mãe sobre a eficiência dos métodos complementares e não-ortodoxos. E eu lá pensando "isso tudo aí de cu é rola". Afinal, existe algo mais ortodoxo do que a dor? Difícil... A parada dói e ponto! Não tem meio termo; é uma daquelas coisas absolutas e incontestáveis da vida, sabem? Ou dói, ou não dói, da mesma maneira que não existe "meia puta", "meio veado"... Ninguém "dá meia bunda"...

Voltei pra casa paramentado com aquele troço queima filme no pescoço. Difícil mesmo foi encarar a fila do estacionamento do Einstein com aquela parada no pescoço. Tinha uma mina lá que não tirou o olho até a hora em que eu entrei no carro, quando me enchi e disse: "Que que é? Quer me tirar pra dançar, porra?".

- Fernando! Pára com isso - disse a minha mãe.
- Ah... Ela nem ouviu.
- Que mau-humor, menino!
- humpf.
- A menina só estava te olhando! Vai ver que ela gostou...
- Me poupe, mãe! Você acha que alguém é capaz de olhar pra uma pessoa com um troço desses no pescoço e gostar? Só se a criatura for muito sádica.
- Ahh... Não é assim!
- Não. Imagina! Ela deve estar olhando e alimentando a curiosidade com as hipóteses de como eu posso ter me fodido.
- Ai, que mania de perseguição.
- O fato de eu ter mania de perseguição não exclui a possibilidade de o mundo estar conspirando contra mim.
- (...)


Ontem acordei melhor. Longe de estar bem, mas já se anunciava uma esperança de terminar a semana conseguindo olhar minha própria bunda sem sentir dor. Difícil mesmo foi ter que tirar a parada do pescoço para fazer uma entrevista. Fingir desenvoltura com um torcicolo carrasco desses é algo realmente difícil, mas acho que acabei me saindo bem.

Hoje acordei bem. O torcicolo ainda persiste, ainda como uma dorzinha incômoda, mas totalmente suportável. E querem saber? Acho que tive uma boa idéia! Meio tardia, mas totalmente empregável no próximo torcicolo.





terça-feira, 21 de outubro de 2008

Noooossa!!!! A tia quer curar DDA com maconha!

O pior é que ela recomenda a adminstração "em cookies" - versão americana equivalente ao nosso brigadonha - para as criancinhas hiperativas! Vejam... tem louco pra tudo, literalmente!


Heheheh... Psicologia infantil!

Suite nº2 para Violoncelo - J.S. Bach

Como o Rostropovich toca, não?
Sabem por que? Porque o peso dos anos faz toda a diferença.





O tempo imprime marcas, não só na pele, mas especialmente no coração das pessoas. Isso explica a performance de Horowitz, Segovia e de tantos outros que, no fim da vida, conquistaram uma intimidade incrível com sua essência musical.


Horowitz


Segovia


Perlemutter

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Puta música...

... E me dá dois desses que o caetano fumou!




Pois é, Brunão, o focinho é realmente parecido.

Perdido no youtube

O cara toca, e não toca pouco. É, com toda certeza, mais um desses anônimos que fazem coisas incríveis dentro de uma sala qualquer, sem ninguém ver.
É impressionante a elegância com que ele toca esse piano.
Get a trio, man!

Não precisa nem falar francês...

... pra perceber que a capacidade lúdica de um grande músico é uma das poucas coisas que podem nos aproximar de Deus e de sua criação.

Por cervejas mais decentes.

Por que as pessoas acham legal parar R$350 um uma garrafa de Brunello di Montalcino(vinho italiano bom para caraleo) e acham um absurdo o preço de uma Gouden Carolus Cuvee van de Kaiser 2003?(cerveja belga phoda, com ph de pharmácia)
Querem saber? Eu paguei R$89 em uma Gouden Carolus 2006, e, sem muita dor de consciência, sorvi deste nectar no meu almoço de domingo.




O problema é que, especialmente na Am. do Sul, a indústria fez um desfavor ao universo da cerveja. Não sou contra a idéia de que a cerveja é a bebida do povo. Mas daí a acostumarem o povo a beber um troço com 50-60% de malte, ainda por cima dando o nome de "Pilsen" a esse mijozinho de égua... É muita sacanagem. Depois neguinho vem dizer "porque o Brasil não é um mercado maduro, porque isso, porque aquilo". O caralho. Toma-se cerveja nesse país desde mil oitocentos e Dercy virgem. A primeira foi a "Cerveja Marca Barbante". Infelizmente não encontrei nenhuma foto dela.

Voltando à questão da maturidade do mercado, vocês sabiam que a Brahma já teve uma cerveja do tipo Porter? Aliás, quem sabe o que é uma porter no Brasil de hoje? Meu avô, que lembra da Brahma Porter. Olhem só esta amostra de rótulos de cervejas antigas... Só Brahma, hein!









Agora eu pergunto: o mercado não está maduro o suficiente ou, em algum momento da história, resolveu-se idiotizar o mercado em função da exepectativa de um aumento absurdo do volume de vendas em todo o país? Sim, o volume é necessário. E a diversidade? Dez, quinze anos atrás, as pessoas tinham que beber Kaiser Bock, quando quisessem variar um pouco. Kaiser Bock... humpf... Até uma Bock eles conseguem deixar com gosto de suquinho ralo de cevada. Tem gente que diz "Ahhh, mas hoje a gente tem a Bohemia Abadia, a Bohemia Weiss...". E eu pergunto "e na bunada, não vai dinha?". Eu nunca tomei uma Abadia tão safada quanto aquela da Bohemia. E de tão safada deveria se chamar "Bohemia Avadia".

Sabe o que é? As "Grandes" querem mais é fazer o povo tomar cerveja com limãozinho, cerveja "Fresh" e safadezas desse tipo. Graças a Deus que tem uma penca de microcervejarias crescendo nesse país, e com muita competência. Eisenbahn, Bamberg, Colorado, Baumgartner, e até a Devassa, que tem um apelo mais mainstream que as outras, mas mesmo assim não perde o charme ou a qualidade. O problema é que elas são caras demais para quem está acostumado a pagar R$1,90 numa garrafa de sei lá o que.


Tudo bem, tudo bem... Posso estar fugindo um pouco da realidade, mas eu realmente não acredito que o Brasileiro não seja capaz de curtir uma boa cerveja! Acho que ninguém se preocupa em ensinar, só isso. O país é quente, logo a parada tem que refrescar. Isso não parece simplista demais? É meio que "já que é assim, assim será". E tem uma coisa: se o cara que inventou a Absolut tivesse se intimidado com o imenso valor que as pessoas davam à procedência das Vodkas, ele não teria engarrafado sequer um litro. Mas não. Tudo bem que, nesse caso, 90% é marca e a "escusa racional" é a qualidade do produto. Mas essa já não seria uma saída? É claro que eu não sou louco de dizer que esse movimento tem que começar de baixo para cima da pirâmide, só que a escalada está lenta demais, minha gente, e é essa lentidão que eu critico.




Se me incomoda pagar muito caro por uma cerveja? Não na atual circunstância. Mas confesso que eu compraria muito menos cervejas importadas - e que custam o olho da bunda - se no Brasil houvesse mais pessoas como o Leonardo Botto, que é um alquimista da cerveja, e que fez uma Belgian Dark Strong Ale pra nenhuma "Trappistes Rochefort" botar defeito. Eu tive a oportunidade de saborear algumas de suas criações, como a Pocahontas, uma India Pale Ale, que, na minha opinião, dá um pau na "Greene King". Se a gente encontrasse cerveja nacional assim, eu tava feito! Já estamos caminhando pra isso. A Eisenbahn tem uma Amber Ale, uma Strong Golden Ale, uma Schwartzbier e uma Weissenbock, que não devem nada às grandes cervejas importadas. A Bamberg tem a melhor München que eu já tomei, e o Botto tem lá meia dúzia de panelas, onde ele faz verdadeiros milagres... E o cara lá da FEMSA se chamando de mestre-cervejeiro. Nada contra o cara, mas ou ele é infeliz, ou gosta mais de engenharia do que de cerveja, convenhamos.

Eis o mestre dos magos da cerveja, meus amigos, Leonardo Botto!




A verdade é que as "grandes corporações cervejeiras"(nossa, que termo comuna!) se renderam ao volume e se esqueceram do valor. Já pensaram que as pessoas que tem um "ronaldinho" a mais no bolso pagam R$30,40,50,100 reais em uma garrafa de vinho e ainda se metem a besta de falar que aquele harmoniza bem com isso, que tem notas de madeira, de pão torrado, de frutas, de caralho velho, enfim, della putana eva che le a messo in questo mondo, mas não aceitam pagar mais de R$5 reais em uma boa cerveja? Foda, né? A culpa é apenas e tão-somente da indústria, e tenho dito! Zé Finí!

Adoro vinho, não entendo porra nenhuma e estou cansado de ver aquele povo que não sabe diferenciar o cu das calças não pensando duas vezes antes de dizer "esse aqui é frutado", só pra impressionar a menininha que eles estão embriagando no processo de pré-abate. É muita fanfarronice pro meu gosto.

Ah, se as pessoas soubessem que o universo da cerveja é tão complexo e apaixonante quanto o dos vinhos... Juro que eu seria até mais tolerante com os processos de pré-abate. :-)

Sei lá... Tô bêbado. Já bebi uma garrafa inteira de Chimay - que tem 10% de graduação alcóolica - e cansei de cagar regra.

Boa noite.

Thruth in Advertising... Do caralho!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Bodas



Tudo passa tão rápido. Lembro-me da época em que ele dançava com desenvoltura e com a elegância de um anjo. Foi-se a desenvoltura, mas a elegância, meus amigos, a elegância se fortalece a cada marca que o tempo imprime em sua pele.
Ela, sempre com o mesmo vigor, com a mesma fibra; uma fibra que tece gentil, mas firmemente, a trama que une toda esta família.
Se para mim o tempo é rápido, para eles o tempo é justo. Cinquenta anos juntos, filhas, netos e o orgulho de ver a cada nascimento, o surgimento de novos sonhos, novas lutas, que, ruga a ruga, eles acompanham com tanto amor.

Por eles tenho todo o sentimento do mundo, inclusive a tristeza de saber que o "para sempre" só vai durar enquanto eu viver... Queria era poder viver para sempre, só pra não deixá-los, um dia, perdidos na história.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Uma pergunta

O brasileiro é um bicho engraçado. Já perceberam que tudo que é bom neste país é "do caralho", e o que é ruim, "embuceta"? Por que?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pelo putaquepariu nos aviões



Eu acho um puta absurdo esse negócio de não ter "putaquepariu" nos aviões. Até Variant tem, porra! Hoje eu desejei um "putaquepariu" mais do que qualquer outra coisa que um bom cristão pode desejar na puta da vida. Não que eu seja uma referência em cristianidade unitariana...
Passei três dias trabalhando no Rio. Voltei não tem nem duas horas. Sabe o que é foda? Eu amo aquela cidade, mas só de pensar na "via crucis" (nossa, tô quase um coroinha hoje) eu fico com preguiça e tento me convencer de que eu não gosto tanto assim de lá, de que o Rio isso, de que o Rio aquilo. Como se adiantasse... Não é opção, é trabalho. E quando vou por opção, vou logo é de carro, que tem som e "putaquepariu".
Quando o avião chacoalha, chacoalha junto a investidura, a coragem, a macheza, o decoro e, em casos extremos, a continência intestinal de um sujeito. É foda! Tenho certeza de que aquele povo que faz cara de paisagem em turbulência - como quem diz "uhh...eu tô acostumado" - leva cueca a mais na bagagem de mão. Sabe por que? Porque quem tem cu tem medo. E já que o cu não é tão visível quanto a fuça, neguinho fala o que quer... Fica o dito pelo não dito. Mas o que de fato vem ao caso é que o avião chacoalhou à vera e eu descobri as dores e as delícias da existência deste "putaquepariu" maldito, que me fez uma falta carrasca... E fiquei eu, lá em cima, dentro daquele liquidificador alado, odiando a todas as pessoas que estavam lá embaixo, dentro dos carros, segurando seus "putaqueparís", cantando felizes, conversando e brincando de "o fulano roubou pão na casa do joão...".
O Stress de voltar para São Paulo não acaba com a cessão da turbulência. Chegar aqui é igualmente terrível. Já se deram conta do quão rente passa o avião dos prédios próximos ao aeroporto? Aquilo é insuportável de se ver... O olho do cu fecha, qual olho de uma criança alfita com um filme de terror. Não é possível que ninguém tenha se perguntado se a existência de um aeroporto no meio - entenda bem, "NO MEIO" - da cidade não é mais perigosa do que divulgam a mídia, as autoridades e canalhas do gênero. Tudo bem... Eu tenho um pouco de mania de perseguição. Mas o fato de eu ter mania de perseguição não exclui a possibilidade de o mundo estar conspirando contra mim, ou melhor, contra nós, neste exato momento. Mas isto não vem ao caso. O que realmente importa é que ver o avião pousando em São Paulo é uma aflição, cujo único alento seria o "putaquepariu", aquela maravilhosa obra de engenharia, obviamente assinada por um gênio qualquer, que teve seu nome esquecido por entre os arquivos mortos da indústria automobilística.
Agora imaginem vocês se o galalau que inventou o "putaquepariu" tivesse conquistado um reconhecimento à altura de sua obra? Aposto um testículo que neguinho dava um jeito de colocar "putaquepariu" até em carrinho de feira. Agora experimenta fazer uma busca no google pra descobrir o nome do inventor do Tamagoshi... O sujeito tem destaque, tem fama, parece até que fez algo decente. Porra nenhuma. Ele inventou um bichinho virtual que come, caga, chora e te escraviza. E o "putaquepariu" ali, perdido na ubiquidade das coisas convencionais, sobre as quais raramente pensamos, mas que quando faltam, nos dão a dimensão de sua importância. Numa turbulência, por exemplo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Para quem interessar possa...

... A vida de Ramon Valdez, mais conhecido como Sr. Madruga. Para os íntimos, mestre.

Peréio entrevista Dercy I

In Memoriam.

Peréio entrevista Dercy II

Peréio entrevista Dercy III

Sabe porque eu gosto do peréio?

Porque o cara vai do limbo ao éden com uma facilidade absurda. Imaginem só vocês, meus caros... Esse peréio é um dos maiores atores brasileiros. Louco, varrido, bêbado, mas de talento - e personalidade - indiscutível.

O cara fez "Eu te amo", do Jabor, foi dirigido pelo Ruy Guerra, fez a porra toda... E
hoje é considerado um dos melhores dubladores do Brasil. Só que ele é doidão. Doidão mesmo. Ele lançou uma campanha pela implosão do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Não tem aquele lance de considerarem o Cristo como uma das "maravilhas modernas"? Pois é... O Peréio é ateu e não gosta do Cristo.

O resultado foi esse aqui, ó:

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Trem da vida

Sem dúvida, a cena mais legal do filme.

É... Eu queria estar ali no meio...

Duas bichonas engraçadas!

Os caras conseguiram reescrever TODAS as bizarrices dos últimos sete anos...

Piazzolla... Quem diria.

Puta que o pariu! Comercial de mate? O Piazzolla?
Cada uma que me aparece...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Só videos? Uma reflexão sobre o youtube.

Não vou ficar enumerando as coisas boas - e ruins - que o youtube nos proporciona. Nem vou falar sobre nenhum tipo de revolução da comunicação ou coisa do gênero. Todo mundo sabe que o youtube mudou a velocidade de disseminação dos acontecimentos e que, muitas vezes, ele chega a ser mais rápido que a imprensa, pois enquanto os jornais e as emissoras estão editando - e auditando - suas pautas, um sujeito que estava no lugar certo e na hora certa voltou pra casa só pra subir um vídeo e espalhar para todo mundo. Nada disso é novidade.

Incrível mesmo nessa história toda é a quantidade abissal de prodígios que o mundo escondia antes do advento do youtube. Lembra como tomávamos conhecimento da existência de prodígios? Era sempre pelo Fantástico, pelo programa do Jô Soares e coisas do gênero. Acontece que, de tão poucos que apareciam, nós não tinhamos a mais puta vaga idéia de quantidade. Sim, eles são muitos e o youtube nos aproximou desses talentos escondidos nos conservatórios, nas salas de estar, nas cidadezinhas, nos ateliês solitários, mundo afora.

Um dos papeis mais nobres do youtube é, sem sombra de dúvidas, dar voz aos talentos que até pouco tempo atrás eram calados pela distância.

Com vocês, George Li, um "filho da putinha" que tem a moral de tocar o segundo concerto de Camille Saint-Saëns como quem toca o Bife.

Um pouquinho de breguice...

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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Escrotizando o Cosmopolitan


Já dizia a minha avó que Cosmopolitan de cu é rola.
Imagine só se eu vou beber uma paradinha rosa, feita à base de suco de cramberry. Ah, tenha santa paciência... Suco de cramberry? Isso é coisa de putinha. Sim, porque puta de verdade, daquelas mais letradas nas artes dos amores encardidos, bebe mesmo é blood mary - que na versão mais sifilítica leva o nome de catuaba selvagem.

Sabe o que me preocupa? Esse bando de menininhas metidas a gente moderna, que fazem biquinho de modelo bulímica para tirar fotos, bebendo a rodo esse drinquezinho xexelento, só porque a perdigueira do "Sex and the City" apareceu chafurdando essa porra em um episódio qualquer, que por sinal era mais estúpido do que toda a corja que se inspirou nele.

Quer beber em grande estilo? Bebe Negroni, caralho! Aliás, o negroni é a linha que separa os bons bebedores dos vermes de bar, que por sinal é a categoria que comporta a horda de escrotinhas que bebem cosmopolitan...

... Cosmopolitan; paradinha escrota.

Olha só o naipe da boneca assídua do cosmopolitan. Sim, é essa bichona da foto a quem eu me refiro. Olha o tipinho! Agora eu pergunto: por que, cazzo? Por que? Esse mundo está perdido... Há nele uma horda de pederastas, putinhas wannabe e correlatos que bebem cosmopolitan com o dedinho para cima, tipo aquelas tias que fofocam tomando café e comendo queijadinha na quermece da igreja.

Depois neguinho pergunta o porque do meu mau humor... Pra bom entendedor, meia palavra basta.

Cosmopolitan de cu é rola.

Escrotizando a Investidura


Imaginem um sujeito de investidura inquestionável. Sujeito homem, que se fodeu de verde e amarelo pra chegar onde chegou. Um sujeito fidalgo, de fina estirpe; um sujeito que, a custa de muito suor, versou-se como ninguém na arte de louvar o amor.
Imaginem, meus caros, um cabra que estudou, que carregou o peso de um sobrenome conhecido pelos quatro cantos do país e exaltado aos quatro ventos, mundo afora.
Este homem, meus amigos, engajou-se em causas e mais causas, levou porrada da polícia, foi exilado, virou herói. E que herói.

Agora eu vos pergunto, meus camaradinhas, para que?

Para terminar como sogro do Carlinhos Brown.

Escrotizando a paróquia


Escrotizar o que?
O que eu quiser, porra.
Escrotizar por que?
Não é do seu pecúlio. Ah, tudo bem... Abro uma excessão. Até porque você já nasceu escrotizado. Pensando bem, quem não nasceu? Afinal, o nascimento é a escrotização da alma. Todo e qualquer sujeito que vem dar com os cornos neste mundo está confinado a escrotizar aquilo que os padres chamam de centelha divina. Inclusive, essa tal centelha deveria se chamar "pentelha divina". Seria mais justo conosco e com a coisa em si. Ou será que a gente deve chamar de um nome bonito o fruto de toda a pentelhação espiritual que sofremos dos padres, dos pastores, da puta que o pariu e de todo mundo que se paramenta em nome de um Deus mais pagão do que toda a humanidade junta?